Os sertões nordestinos conheceram, nas décadas de 20 e 30 do século passado, grupos de bandoleiros, conhecidos como cangaceiros , que viviam de saquear fazendas e cidades.
O mais famoso desses cangaceiros era Virgulino Ferreira, cognominado Lampião, que, com seu bando, conseguiu driblar as milícias policiais voluntárias e oficiais e do Exército por mais de uma década.
Em um encontro com o Padre Cícero Romão Batista, uma espécie de “santo vivo” da região, recebeu o título de Capitão para combater as tropas da Coluna Prestes que também assolava a região, com o intuito de derrubar o governo do então Presidente Washington Luís.
Atormentado pelo glaucoma, Lampião usava um par de óculos redondos que lhe conferiram a imagem característica do cangaceiro, encimado pelo chapéu de couro de abas largas e tapeadas.
Inicialmente essencialmente masculinos, esses grupos permitiram a entrada de mulheres, quando Lampião se apaixonou por Maria Bonita.
As mulheres dariam um toque diferente ao bando, principalmente no trajar, quando suas roupas passaram a ser bordadas à mão, e na diversão, quando em horas de tréguas, costumavam dançar o xaxado, palavra onomatopaica que traduz do ruído provocado pelas sandalhas ao serem arrastadas no chão.
Um a um os bandos foram sendo exterminados pela polícia e, em uma emboscada, também o bando de Lampião foi capturado, seus membros foram decapitados e suas cabeças expostas em praça pública.




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